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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Promessas descumpridas


Prometi que não me apaixonaria por você, que não te ligaria, que não pensaria como teria sido se não tivéssemos voltado para casa antes de ver o sol nascer na última noite que estivemos juntos. Prometi que não ouviria mais a terceira faixa do Wilco, a quarta do Fleet Foxes, a quinta do The xx, cheguei a esconder o Blonde on Blonde embaixo do banco do carro, fingi que não conhecia Visions of Johana e todas as outras músicas de amor que poderiam desprender os pensamentos e sentimentos que estive tentando evitar. Prometi que dormiria cedo, que acordaria tarde, que não escreveria mais nenhuma das minhas verdades, e que você ficaria para sempre nas minhas lembranças do passado, das noites passadas, das nossas conversas que tanto enganaram o silêncio das nossas vidas solitárias.

Não funcionou, veja bem.

Aqui estou eu escrevendo, pensando e insistindo. Não durmo e continuo escutando tudo que tinha escondido dos meus sentidos, das minhas vontades enlouquecidamente apaixonadas, das minhas palavras desencontradas nas estrelas pequenas que pontuam o céu limpo e escuro. Irreparavelmente apaixonado com tudo que fomos, com tudo que nunca poderemos ser, e até com o silêncio que agora existe entre nós dois, dias e meses depois de termos embaralhado os nossos destinos em uma dúzia de sorrisos longínquos e sinceros. Nunca arrependido, mas agora – e eternamente – perdido dentro da minha própria vida, aumentando e abaixando, escrevendo e apagando, negando e, finalmente, se acertando com vento, ao desalento, à mercê do nosso desesperado contratempo. Estou me libertando e, enfim, me entregando. Tardiamente te encontrando aqui: dentro de mim mesmo.


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